A Raiz de Todos os Males
“... é o amor ao dinheiro”, diz o apóstolo Paulo em 1Tm 6.6-10. Até parece que Paulo está exagerando no uso de uma hipérbole. Mas se analisarmos mais profundamente o assunto, verificaremos que ele está falando em termos bem realistas.
Sim, porque o dinheiro, aí, não é apenas moeda, mas representa tudo o que o dinheiro pode comprar: satisfação de caprichos e vaidades, prazeres carnais, domínio, posse de bens sem limites, etc. Na busca de tais coisas, o dinheiro é imprescindível; então, amar essas coisas é amar o dinheiro que pode comprá-las.
Em todo o texto citado não está o apóstolo fazendo a apologia da pobreza, nem dizendo que é errado e pecaminoso alguém ser rico. Grandes servos de Deus no passado e no presente têm sido homens riquíssimos. Abraão foi rico, Jó também e voltou a ser depois de suas provações, mais rico ainda; Davi foi rico e Salomão mais ainda. Paulo viveu tanto na pobreza como em abundância (Fp 4.11-12).
O problema está no fato de alguém colocar seu coração nas riquezas, ou usar meios errados para consegui-los. “Se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o vosso coração” – Sl 62.10; “Não ajunteis tesouros na terra... porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”, disse Jesus – Mt 6.19-2l; “Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos” – Hc 2.9.
O que se observa no mundo confirma a afirmação de Paulo. Pessoas inteligentes, possuidoras de algumas boas qualidades morais também acabam se corrompendo totalmente por causa do amor ao dinheiro e a tudo que o dinheiro pode proporcionar. Acostumam-se com um nível de vida alto, fora da realidade da sua comunidade e fazem tudo o que podem para não perder seu “status”, ainda que injustamente.
A corrupção, que no Brasil se tornou a má cultura, generalizada e dominante, é um triste exemplo disso: pela ambição desmedida de uma minoria muito rica, a maioria vive na pobreza – é a péssima distribuição da renda, a exploração do homem pelo homem; a pressa de enriquecer leva muitos a usarem métodos inescrupulosos – lucro exorbitante, sonegação de impostos, contrabando, estelionato, peculato, etc. Pessoas pobres que não se conformam com a pobreza, nem esperam melhorar com a bênção de Deus, se corrompem também. Mulheres e entregam à prostituição; homens e mulheres praticam toda espécie de delitos para conseguir dinheiro, e com o dinheiro conseguirem tudo o que ambicionam. Políticos, para galgarem postos e poder, precisam de muito dinheiro e lançam mão de recursos escusos, ou usam os postos e poder já conquistados, para obterem mais dinheiro sem limites. Jovens pobres, que não tenham o temor de Deus e melhor formação moral, não podem conformar-se com a fome e a miséria, especialmente quando vêem outros com imensos recursos, esbanjando tudo o que está fazendo falta ao pobre; e então sucumbem diante do convite para optarem pelo roubo, o furto, o contrabando, o tráfico de drogas, a prostituição, etc.
Aqueles que fazem parte do povo de Deus estão imunes às tentações? Não! Até aquele que é realmente convertido pode cair em toda espécie de pecado, se descuidar-se de sua santificação pessoal e da resistência ao diabo – “Aquele que cuida estar em pé, olhe, não caia” - (1Co 10-12), “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (1Pe 5.8). Seja ele quem for dentro da Igreja, pastor inclusive. Ou decidimos pôr em prática em toda a nossa vida 1Tm 6.8 (“tendo sustento e com que nos cobrir, estejamos com isso contentes”) ou corremos o risco da decadência e é quase certo de que isso ocorrerá. Infelizmente isso tem acontecido com muitos, pastores inclusive.
Meu irmão, minha irmã, seja diligente: estude, trabalhe, planeje sob a direção de Deus; progrida em tudo, conforme a vontade de Deus, inclusive profissional e materialmente, mas “não ponhais nelas (as riquezas) o coração”. Se você se tornar rico pela bênção de Deus, e não pela usura nem pela ambição, nem pela astúcia, lembre-se de que essa riqueza também é de Deus, e você, apenas o mordomo. Administre-a e use-a honestamente e para a glória de Deus. Você estará ajuntando tesouros no Céu! – Mt 6.19.
Precioso post, preciosa música.
ResponderExcluirCon él, la de hambre que se podría quitar en el mundo. Si se hiciese un buen uso de él.
Un abrazo